Aderir ao Simples ainda requer reflexão

Maior abrangência não dispensa análise cuidadosa, adverte especialista

Wagner Fonseca

À medida que o ano fiscal de 2015 se aproxima, a empolgação inicialmente trazida pelo chamado Supersimples vai cedendo lugar a análises mais realistas sobre essa opção, agora ao alcance de 140 novas modalidades de prestação de serviço com faturamento anual de até R$ 3,6 milhões.
“Embora continue permitindo o recolhimento de oito tributos em uma única guia, além de dispensar várias obrigações acessórias, esse modelo ainda merece ampla análise antes que uma empresa pertencente a outro regime resolva adotá-lo”, alerta o presidente da Seteco Consultoria Contábil, José Maria Chapina Alcazar.
Além de verificar atentamente a faixa em que o empreendimento se enquadra, uma vez que as alíquotas são variáveis, a empresa precisa levar em conta o perfil de sua folha de pagamentos, pois no Simples o INSS incide sobre a receita bruta, haja ou não empregados.
“Sob esse aspecto, as projeções demonstram que só passa a ser financeiramente vantajoso quando o custo previdenciário mensal é igual ou superior a 20% do faturamento”, adverte o contador, lembrando também a importância de se analisar se a empresa já pertence à ‘desoneração da folha’, aspecto igualmente impactante nos cálculos.
A título de exemplo, ele aponta uma clínica odontológica hoje tributada em 14,08% pelo Lucro Presumido, mas que passaria a pagar 18,47% optando pelo Simples no ano que vem (Tabela VI), majoração semelhante à sofrida pelas empresas de engenharia e comunicação.
Já uma pequena indústria de cosméticos (Tabela IV) teria seus gastos reduzidos de 47,69% para 10,54%, carga tributária semelhante à dos escritórios de advocacias que resolvam aderir à mudança.
Igualmente favorável ao Simples é o exemplo de um call center, atividade cuja desoneração da folha automaticamente vincula a contribuição previdenciária à receita auferida. Nesta hipótese, a economia seria de quase 10%, também em relação ao Lucro Presumido.    
“Contrates assim justificam plenamente a necessidade de se estudar muito bem caso a caso desde já, e sempre com o respaldo da contabilidade, pois uma vez alterada a forma de tributação, uma nova mudança nesse campo só pode ser requerida ao Fisco na virada de exercício seguinte”, acrescenta o especialista.
Outra avaliação que sempre vale a pena ser feita, segundo Chapina Alcazar, é a perspectiva de rentabilidade do negócio para os próximos 12 meses, pois dependendo das previsões relacionadas a fatores internos e ao próprio mercado, a melhor escolha pode ser mesmo o Lucro Real, onde a tributação se vincula ao resultado financeiro apurado mês a mês, independentemente do porte da empresa.
Fonte: O Autor

Como saber se é melhor demitir ou não em um momento de crise?

São muitos os fatores que levam uma empresa a demitir. Mas, em geral, esses fatores giram em torno do equilíbrio econômico da companhia

Bernt Entschev

Num momento econômico de crise muitas empresas, por temerem grandes prejuízos, optam pelas demissões coletivas. Esses desligamentos ocorrem por meio de programas de demissão voluntária ou por iniciativa apenas da empresa mesmo. No entanto, será que demitir é mesmo a melhor alternativa para lidar com um momento economicamente desfavorável?
São muitos os fatores que levam uma empresa a demitir. Mas, em geral, esses fatores giram em torno do equilíbrio econômico da companhia. Por receio de que manter o grupo de funcionários na empresa custe mais do que a organização tem a capacidade de lucrar naquele período, muitas empresas optam por desligar alguns colaboradores e operar em capacidade mínima. No entanto, muitas vezes o desespero e o desconhecimento de situações de crise fazem com que a empresa tome atitudes drásticas sem necessidade.
Como saber, então, se é melhor demitir?
Em geral esse papel cabe à diretoria e não é tão simples. A primeira coisa a ser feita é um estudo de caso da crise, para que através disto seja possível estimar um prazo de duração do período desfavorável. Depois disso, é necessário que se estude o impacto financeiro das demissões e se pese prós e contras das demissões, como, por exemplo:
Prós:
- Redução de custos;
- Diminuição da produtividade para evitar prejuízos em meio a um mercado com demanda reduzida.
Contras:
- Gastos com demissão;
- A depender do período que durar a crise, não vale a pena ter que demitir para depois ter que recontratar;
- Demitir funcionários treinados, nos quais a empresa investiu dinheiro, pode ser um grande prejuízo, pois após o período desfavorável ele pode não querer retornar para a companhia.
Após toda essa análise, é interessante também considerar medidas menos drásticas de diminuição da produção, em reação a momentos de crise, como férias coletivas ou layoff.
As reações às crises econômicas devem ter como foco a minimização de impactos e também a diminuição do problema perante os funcionários. Até para a imagem da empresa é importante que a demissão seja uma opção bastante pensada e embasada, utilizada somente quando as demais opções não forem, de modo algum, benéficas. 
Em se tratando de Brasil, podemos prever que, mesmo com as grandes potências mundiais em recessão, o país conseguiu sobreviver sem grandes quebras. Portanto, talvez para um momento de incerteza como este, a depender da situação econômica em que está o mercado da empresa que passa por ele, seja possível protelar as demissões e pensar em soluções paliativas.
Portanto, a demissão nem sempre é o melhor caminho, mas também nem sempre é o pior. São diversas as variáveis envolvidas numa situação de crise econômica. Vai de cada companhia analisar a própria situação e tomar a decisão mais segura em longo prazo.
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