Entenda a diferença entre a crise Mundial de 1929 e a crise atual

No dia 29 de outubro de 1929 - 79 anos atrás – acontecia a famosa Terça-Feira negra nos Estados Unidos. Naquele dia, a Bolsa de Nova York despencou 12%. Da noite para o dia grandes somas de dinheiro viraram pó. Foi o pior dia da história do mercado norte-americano. Hoje o mundo vive uma nova e violenta crise. Que diferenças existiriam agora com crise de 1929?
Grande Depressão - Se é verdade que a História se repete como farsa, o mundo globalizado estaria incorrendo, no século 21, nos mesmos erros que desencadearam a crise de 1929. Naquela época – como agora – os norte-americanos acreditaram que os juros baixos e o crédito fácil e farto levariam à prosperidade eterna. A crença desembocou na Grande Depressão. Hoje, esse é o reconhecimento o estopim da crise financeira global. Resta saber se os impactos serão tão devastadores.
Equívoco - Mesmo concordando que a Grande Depressão de 1929 e a crise financeira atual têm a mesma origem, especialistas em economia mundial acreditam ser um equívoco a comparação de ambas. Para eles, hoje, o mundo é multipolar com a China ganhando musculatura nos últimos anos. E os bancos centrais estão agindo com uma rapidez jamais vista.
Não intervenção - A não intervenção no passado é apontada até hoje, como responsável pelo agravamento da crise de 1929. Os sinais da recessão começaram bem antes da Terça-Feira negra. Naquele 29 de outubro, a Bolsa de Nova York despencou 12%°. De noite para o dia, grandes somas de dinheiro viraram pó. Foi o pior dia da história do mercado financeiro norte-americano. A partir de então, a crise espalhou-se pelo mundo. No entanto, seus efeitos, assim como sua intensidade, variaram de país para país.
Industrialização - Além dos Estados Unidos, Alemanha, Áustria, França, Itália, Reino Unido e Canadá foram golpeados. Os países menos desenvolvidos, como Brasil e Argentina, foram contaminados e acabaram obrigados a acelerar se processo de industrialização.
Crédito/risco - Se no final dos anos 1920, a carga de lucros e o crédito liberado estimularam o estilo de vida que ficou conhecido como o american way of life, hoje, nos tempos modernos, os norte-americanos continuam indo às compras, só que passaram a comprar casas, com credito de altíssimo risco.
Taxa de desemprego - Economistas não acreditam que a crise do subprime vai provocar o mesmo estrago que a de 1929. Naquela época, só nos Estados Unidos, a taxa de desemprego atingiu um quarto da população, pulando de 3% para 24%. Em apenas um ano, 1930, mil bancos norte-americanos fecharam suas portas e, em uma década, o mercado perdeu 14 mil instituições financeiras.
Outros países - O Canadá foi o país mais afetado, depois dos Estados Unidos, apesar de sua economia ter crescido em bases muito mais sólidas do que a norte-americana. É que o trigo, principal produto da balança comercial despencou de prelo no mercado internacional. O país entrou em deflação, a taxa de desemprego chegou a 30% e a produção industrial despencou em mn58%.
Extremistas - A crise chegou com força total na Europa, onde no Reino Unido, o desemprego saltou de 8% para 20%. A instabilidade econômica criou o terreno fértil para o surgimento de diferentes partidos políticos, extremistas culminando com ascensão de Adolf Hitler na Alemanha e Benito Mussolini na Itália.
Revolução 30 - No Brasil, a crise de 1929 acabou favorecendo o clima para a Revolução de 1930, sob a liderança do gaúcho Getulio Vargas e o fim do domínio da elite política paulista/mineira que governara o Brasil nos últimos 40 anos na chamada República Velha com escassos avanços sociais, com os trabalhadores não tendo nenhum direito, criando uma política eminente agrícola. Com a Revolução de 1930, o país passou a ter avanços importantes como a criação do Ministério do Trabalho, Previdência Social, as mulheres passaram ter o direito a voto, mas tarde com o Estado Novo a criação da CLT.
71 milhões - No Brasil a crise de 1929 obrigou o governo a comprar os excedentes de café com empréstimos externos e estocar o restante para manter o preço alto. Entretanto, veio a crise e os preços despencaram. A saída foi queimar 71 milhões de sacas de café, volume suficiente para abastecer o mercado mundial por três anos. Era o fim dos barões do café que dominaram a economia do país e que ajudaram a eleger presidentes da república, durante décadas.
Intervenção ilimitada - Agora, segundo economistas, é improvável que a história se repita e a economia mundial venha a sofrer o mesmo estrago provocado em 1929 no mundo. Atualmente, os governos possuem capacidade ilimitada de intervenção, o que não ocorreu há 79 anos atrás quando os governantes assistiram a quebradeira tomando tímidas providências que só agravaram o problema.
Fonte; Por João C. Garavaglia - Gazeta de Caxias

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